quinta-feira, 19 de abril de 2012

A lenda do Boto e a desgraça de Yara, o que ambos tem em comum?

O Boto é considerado como grande amante de nossas índias. Elas, por sua vez,  alegam que seu primeiro filho é dele, dando crédito a este Deus que, transformado na figura de mortal,  seduz e arrebata a mulher para debaixo d’água e a força a fazer sexo com ele. E Yara com isso?

Yara não tinha grande conhecimento acerca de sexo, mas ela sabia por intuição, assim como as fêmeas de animais da roça. Ela desejava e ardia pelo corpo de Juca. Ela não conseguia se conter na presença dele e o moço, já percebendo os olhares da moça, passou a se exibir para ela. Em vários momentos do dia o rapaz aparecia sem camisa na cozinha quando Yara estava fazendo o de comer. Ao se despedir do pai de Yara ele lembrava que tinha esquecido um sei-lá-o-quê no quartinho lá do quintal e passava acariciando o próprio corpo bem próximo de Yara.Essas cenas de pura exibição e sedução surtiam efeitos devastadores na moça. Seu sexo ardia e, sem querer, ela descobriu o "prazer solitário". Aquele prazer que a menina descobre ao se tocar e se descobre mulher. Era bom aquilo, não poderia acreditar que por tanto tempo poderia estar já fazendo aquilo imaginando serem as de Juca as suas mãos. E as noites de Yara eram repletas de fantasias sexuais com Juca.O rapaz tanto seduziu com sua exibicionice que conseguiu convencer Yara a fazer o que todo adulto faz. Ela não sabia bem o que era, mas seu corpo pedia para aceitar e ela aceitou.O encontro foi marcado num grande açude existente na fazenda. Juca e Yara finalmente estavam longe da presença dos pais da moça e de qualquer filho de Nosso Senhor Jesus Cristo. O rapaz prometeu mundos-e-fundos à moça, até de casamento ele fez juras. O traidor desejo de Yara a deixou mais cega ainda. Medo de gravidez? Que nada, os dois se viram e juntos, prometeu Juca.O toque das mãos de Juca em seus seios, entre as suas pernas não tinham nada de pecado. O pecado seria ele parar de usar lábios tão quentes para lhe ensinar a beijar, para sugar seus mamilos e descer a língua por entre suas pernas. Suas pernas estavam tremendo como vara-verde, o calor que sentia daria para aquecer uma panela. A verdade é que já nada ouvia a não ser a voz de Juca lhe dizendo safadezas enquanto mordia o lóbulo de sua orelha. O cheiro de macho misturado ao da fêmea era tanto que enebriava, enlouquecia os amantes. Yara sentia sua umidade atrair o membro de Juca, ele roçava nela com tanta volúpia que ela já se imaginava com todo ele dentro de si. O falo de Juca invadiu o corpo de Yara como um ferro em brasa. A moça não mais gemia, uivava. Juca era todo um touro selvagem montando a fêmea. O prazer dele se percebia e se ouvia pelas palavras que os amantes falam no momento do prazer maior. Como eles se amaram, se fundiram e se enroscaram à beira daquelas águas tendo apenas duas testemunhas: a lua no céu e a lua na água.Os mantes entraram na água tépida para lavar-se, mas os toques foram inevitáveis e Yara decidiu retribuir as muitas carícias recebidas. Ela usou a sua boca e língua como havia aprendido com Juca. Aquele corpo que ela tanto desejou e que a fez gozar tanto estava ali, vulnerável aos seus lábios. Como Juca parecia um animal no cio, a língua de Yara percorrendo suas carnes musculosas causava-lhe prazeres nunca antes experimentado com mulher alguma, nem as putas da vila faziam uso da língua com tanta maestria. O calor da boca de Yara em volta de seu pênis fez o rapaz ejacular como se fosse a primeira vez...

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Menstruação e amor? Um e outro vem na mesma enxurrada para Yara

O grupo indígena Karajá que habita a bacia do Rio Araguaia possui uma lenda bastante curiosa que associa o ciclo menstrual à piranha vermelha. Segundo a lenda Karajá, a menstruação ocorre quando esse peixe agressivo se agita no útero da mulher. Pois se o peixe tem algum pertencimento com a primeira menstruação de Yara eu não sei e nem ela, mas em algum trecho da escritura do destino de Yara estes dois fatores se dão um nó. Ora, não é que a danada nem se assustou com seu primeiro derramamento de sangue, ainda que fosse criada na brenhas da caatinga do sertão baiano? Conversas em casa sobre sexualidade? Vixe, Maria. Era assunto dos mais incômodos para dois sertanejos calejados pela agresteza do lugar e da vida que eram seus pais. Não, disso não se falava, se aprendia com a vida. E foi justamente ela quem ensinou tudo pra Yara, para seu bem e/ou para seu mal.Pois bem, logo que começaram as primeiras sangrias entre as pernas da agora mocinha, começaram também uns formigamentos estranhos, juntamente com uma dorzinha de morrer, que subia pelo ventre e respondia na boca do estômago. Era daquelas de dar vontade de roçar uma perna na outra pra dor aliviar e ela só aumenta e dá vontade de doer mais um pouquinho. Yara não sabia o que era aquilo, mas estava já gostando...Até a sua primeira, como posso dizer?, hemorragia, Yara ainda não havia reparado num certo moço que andava lidando com o seu pai, seu Pedro Galego. Ele até que era jeitoso, tinha uma cara bonita, braços e pernas fortes e andar firme como o de um macho demarcando território. Juca, era o nome do macho, ainda era bem novo, mas já se via um homem forte e vivido dentro dele. O moço quase nunca olhava pra Yara e nem ela pra ele, mas não é que agora ele merecia uma olhada mais demorada? Dava um calor na moça olhar pra ele. Quando o moço montava no cavalo então o coração de Yara era que disparava. Ela sentia um-não-sei-quê nas entranhas. Dava agonia, mas era bom. Quando Juca ia embora ela ainda ficava sentindo aquela dorzinha e a vontade de ver ele de novo.Yara não sabia, mas estava se apaixonando pelo seu primeiro macho, estava sentindo o que as desavergonhadas da rua, nos dias de missa, chamam de tesão. Aquilo lá era coisa pra mulher sentir? Não, Yara não podia aceitar que sentia o mesmo que gatas, cadelas, cabras e vacas sentiam na hora de enxertar. Ela não era bicho!Mas a presença de Juca sempre mostrava a Yara o quanto selvagem pode ser o desejo da mulher quando quer homem, muito mais que vaca, porca, éguas e outras do reino animal feminino. E a selvageria doma a mulher no cio, ela nunca se domina quando o seu homem já sentiu o cheiro da fêmea desejosa de carne masculina. E Juca sentiu o cheiro de Yara...

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Yara da Vida: Ela é mulher da vida?!?!

Yara da Vida: Ela é mulher da vida?!?!: Falar que uma mulher é da vida tem sua ambiguidade...Yara é a prova disso. Mulher forte como ela foi e é, mulher que deu tantos prazeres às...

terça-feira, 10 de abril de 2012

Ela é mulher da vida?!?!

Falar que uma mulher é da vida tem sua ambiguidade...Yara é a prova disso. Mulher forte como ela foi e é, mulher que deu tantos prazeres às carnes masculinas e, dizem, levou à loucura algumas femininas, ganhou trocados e fortunas com isso, perdeu uma parte, lhe foi roubada outra e continuou tão forte que assustou a políticos, banqueiros, juízas e ladrões de galinha. A vida lhe fez forte, rude, braba que nem jararaca choca ou onça na seca, mas foi doce, terna e meiga com os poucos que tiveram seus carinhos desinteressados. Não digo que a vida não tenha permitido a Yara de amar... ela amou até, só que foi por isso que ela se tornou a Yara que é. Vingativa.
Chamar a essa mulher de puta é cometer um dos grandes sacrilégios da humanidade, é querer ser capado, é ter que ouvir tantos xingamentos, desaforos e ainda ter o nome jogado na rua que nem cachorro descerá a tão pouca categoria.
Mas é por essas e outras que aqui lhes passo a contar a história de Yara que foi puta, amou na vida, foi amiga de uns e assombração para outros. Sua narrativa é picante porque picante foi sua cama e sua língua.