quinta-feira, 24 de maio de 2012

O Beco da Energia se agita com a chegada de Yara

O Beco da Energia é, talvez, um dos pontos mais conhecidos de Feira de Santana. Quem nunca passou por lá ao menos já ouviu falar das histórias picantes que ocorrem em suas casinhas diuturnamente. Nestas casinhas simples funcionam, claro o prostíbulo, bares e restaurantes, além de servir de moradia para as meninas. Todas elas têm suas histórias interessantíssimas, mas vamos nos deter em sua nova moradora, Yara.
Conta-se que ao chegar ao Beco acompanhada da negra Luíza, conhecida como Luizão por causa da sua fartura de peitos, e de João, conhecido como Juana Vara-pau por causa do seu tamanho, Yara virou logo o centro das atenções. A menina é toda perfeição apesar dos maus tratos da vida. Olhos verdes amendoados, cabelos longos, encaracolados e da cor de mel, peitos e bunda duros e perfeitos para a sua estatura de 1, 78 cm. Yara é a própria encarnação do ideal de beleza brasileiro.
Assim como Yara despertou inveja nas não muito providas de atributos físicos, ela despertou a atenção e a libido dos homens que ali estavam de plantão. Nos dias seguintes formou-se uma verdadeira romaria rumo ao Beco da Energia. Luizão e Vara-pau perceberam o tesouro que tinham nas mãos e decidiram lucrar em cima disso. Fizeram mistério acerca da origem da moça, permitiam raras aparições da rapariga. Enquanto a fama de Yara ia se espalhando por entre os notívagos, Vara-pau, como toda bicha criativa que se preze, preparava uma performance para a estreia de Yara na noite de prazeres feirense. Vara-pau teve um pouco de dificuldade para convencer a bicho do mato que a moça ainda era, mas por fim, conseguiu.
Yara, ao ver de Vara-pau, havia nascido para a coisa. Rapidamente ela aprendeu jeitos e trejeitos, desde a viadice de Vara-pau à macheza "feminina" de Luizão. Para surpresa de Vara-pau (fã de cantoras como Dalva de Oliveira, Núbia Lafayette e Mayza), a menina sabia cantar várias músicas das suas divas (o pai de Yara era apreciador também da boa música) e tinha o mesmo jeito apaixonado de cantar. A voz de Yara tanto transmitia dor, como também a lascívia e malícia que toda sedutora tem. Vara-pau acreditava que teria que ensinar os meandros da luxúria à moça e foi surpreendido pelo poder de interpretação de Yara.
A noite da apresentação de Yara foi marcada, o burburinho foi criado entre os tarados, as putas, os gays, os travestis e até entre a sociedade disfarçada e fingida da cidade. A performance ensaiada por Vara-pau encontrou apoio da drag queen Valezca Spoladori. Imagine você como foi esta performance!

terça-feira, 22 de maio de 2012

Beco da Energia: o novo endereço de Yara

Aqui daremos um recorte na narrativa de Yara...
Não a veremos mais a menina da roça, pura, doce, ingênua, ardente e apaixonada por Juca, o safado! Não, veremos a vida de Yara em uma zona na cidade de Feira de Santana, o local se chama Beco da Energia. Yara chegou lá após ser expulsa de casa logo assim que seu pai descobriu que ela estava grávida e o pai do vivente ter-se sumido no oco do mundo. Ela perdeu o filho para o "seu padrinho" que se fez de protetor dela. O então prefeito de uma cidadezinha do interior da Bahia jurou que amava Yara com ou sem o filho dela, deu-lhe casa para morar, comida e até um emprego para que o povo não a considerasse uma manteúda... e o desgraçado, numa noite fria de inverno, no frio cortante que faz na madrugada do sertão, embebedou Yara e, quando ela acordou pela manhã, se viu despejada da sua casinha e sem o seu bacuri. Não houve meio de ela saber do paradeiro do menino e o seu amante mandou até a polícia escoltar Yara para fora da cidade com juras até de matá-la caso ela tivesse a indecência de pôr os pés de novo por aquelas paragens...
E, como acontece com muitas mocinhas assim, Yara se viu sem um tostão furado, parada na frente de um posto da BR 324. Vem um carro na mira dela. No volante estava um ser que, logo de vista, Yara não percebeu se era homem ou mulher, era a mistura dos dois em um só corpo o esquisito! No lado deste, digamos macho-e-fêmea, estava uma baita de uma negra, atarrancada, quase sem pescoço e com os peitos maiores que o de úbere de vaca recém parida. A negona vem até Yara, perguntou se ela tinha fome e Yara fez que sim com a cabeça. O macho-e-fêmea chamou as duas para comer no restaurante do posto. Lá, Yara contou suas desgracenças e os dois a convidaram para vir morar com eles, em Feira de Santana. O endereço, como você já sabe, é no Beco da Energia, no centro da cidade. Local frequentado por homens de toda cor, posses e desejos. Bem próximo ao citado endereço está a Avenida Presidente Dutra, local exclusivo de travestis e outros seres meio-homem-meio-mulher. Beco da Energia e Avenida, áreas de explosão de sexo, violência, cachaça, armações e, por que não? até de amores. Área que tem agora uma nova moradora: Yara!

quinta-feira, 19 de abril de 2012

A lenda do Boto e a desgraça de Yara, o que ambos tem em comum?

O Boto é considerado como grande amante de nossas índias. Elas, por sua vez,  alegam que seu primeiro filho é dele, dando crédito a este Deus que, transformado na figura de mortal,  seduz e arrebata a mulher para debaixo d’água e a força a fazer sexo com ele. E Yara com isso?

Yara não tinha grande conhecimento acerca de sexo, mas ela sabia por intuição, assim como as fêmeas de animais da roça. Ela desejava e ardia pelo corpo de Juca. Ela não conseguia se conter na presença dele e o moço, já percebendo os olhares da moça, passou a se exibir para ela. Em vários momentos do dia o rapaz aparecia sem camisa na cozinha quando Yara estava fazendo o de comer. Ao se despedir do pai de Yara ele lembrava que tinha esquecido um sei-lá-o-quê no quartinho lá do quintal e passava acariciando o próprio corpo bem próximo de Yara.Essas cenas de pura exibição e sedução surtiam efeitos devastadores na moça. Seu sexo ardia e, sem querer, ela descobriu o "prazer solitário". Aquele prazer que a menina descobre ao se tocar e se descobre mulher. Era bom aquilo, não poderia acreditar que por tanto tempo poderia estar já fazendo aquilo imaginando serem as de Juca as suas mãos. E as noites de Yara eram repletas de fantasias sexuais com Juca.O rapaz tanto seduziu com sua exibicionice que conseguiu convencer Yara a fazer o que todo adulto faz. Ela não sabia bem o que era, mas seu corpo pedia para aceitar e ela aceitou.O encontro foi marcado num grande açude existente na fazenda. Juca e Yara finalmente estavam longe da presença dos pais da moça e de qualquer filho de Nosso Senhor Jesus Cristo. O rapaz prometeu mundos-e-fundos à moça, até de casamento ele fez juras. O traidor desejo de Yara a deixou mais cega ainda. Medo de gravidez? Que nada, os dois se viram e juntos, prometeu Juca.O toque das mãos de Juca em seus seios, entre as suas pernas não tinham nada de pecado. O pecado seria ele parar de usar lábios tão quentes para lhe ensinar a beijar, para sugar seus mamilos e descer a língua por entre suas pernas. Suas pernas estavam tremendo como vara-verde, o calor que sentia daria para aquecer uma panela. A verdade é que já nada ouvia a não ser a voz de Juca lhe dizendo safadezas enquanto mordia o lóbulo de sua orelha. O cheiro de macho misturado ao da fêmea era tanto que enebriava, enlouquecia os amantes. Yara sentia sua umidade atrair o membro de Juca, ele roçava nela com tanta volúpia que ela já se imaginava com todo ele dentro de si. O falo de Juca invadiu o corpo de Yara como um ferro em brasa. A moça não mais gemia, uivava. Juca era todo um touro selvagem montando a fêmea. O prazer dele se percebia e se ouvia pelas palavras que os amantes falam no momento do prazer maior. Como eles se amaram, se fundiram e se enroscaram à beira daquelas águas tendo apenas duas testemunhas: a lua no céu e a lua na água.Os mantes entraram na água tépida para lavar-se, mas os toques foram inevitáveis e Yara decidiu retribuir as muitas carícias recebidas. Ela usou a sua boca e língua como havia aprendido com Juca. Aquele corpo que ela tanto desejou e que a fez gozar tanto estava ali, vulnerável aos seus lábios. Como Juca parecia um animal no cio, a língua de Yara percorrendo suas carnes musculosas causava-lhe prazeres nunca antes experimentado com mulher alguma, nem as putas da vila faziam uso da língua com tanta maestria. O calor da boca de Yara em volta de seu pênis fez o rapaz ejacular como se fosse a primeira vez...

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Menstruação e amor? Um e outro vem na mesma enxurrada para Yara

O grupo indígena Karajá que habita a bacia do Rio Araguaia possui uma lenda bastante curiosa que associa o ciclo menstrual à piranha vermelha. Segundo a lenda Karajá, a menstruação ocorre quando esse peixe agressivo se agita no útero da mulher. Pois se o peixe tem algum pertencimento com a primeira menstruação de Yara eu não sei e nem ela, mas em algum trecho da escritura do destino de Yara estes dois fatores se dão um nó. Ora, não é que a danada nem se assustou com seu primeiro derramamento de sangue, ainda que fosse criada na brenhas da caatinga do sertão baiano? Conversas em casa sobre sexualidade? Vixe, Maria. Era assunto dos mais incômodos para dois sertanejos calejados pela agresteza do lugar e da vida que eram seus pais. Não, disso não se falava, se aprendia com a vida. E foi justamente ela quem ensinou tudo pra Yara, para seu bem e/ou para seu mal.Pois bem, logo que começaram as primeiras sangrias entre as pernas da agora mocinha, começaram também uns formigamentos estranhos, juntamente com uma dorzinha de morrer, que subia pelo ventre e respondia na boca do estômago. Era daquelas de dar vontade de roçar uma perna na outra pra dor aliviar e ela só aumenta e dá vontade de doer mais um pouquinho. Yara não sabia o que era aquilo, mas estava já gostando...Até a sua primeira, como posso dizer?, hemorragia, Yara ainda não havia reparado num certo moço que andava lidando com o seu pai, seu Pedro Galego. Ele até que era jeitoso, tinha uma cara bonita, braços e pernas fortes e andar firme como o de um macho demarcando território. Juca, era o nome do macho, ainda era bem novo, mas já se via um homem forte e vivido dentro dele. O moço quase nunca olhava pra Yara e nem ela pra ele, mas não é que agora ele merecia uma olhada mais demorada? Dava um calor na moça olhar pra ele. Quando o moço montava no cavalo então o coração de Yara era que disparava. Ela sentia um-não-sei-quê nas entranhas. Dava agonia, mas era bom. Quando Juca ia embora ela ainda ficava sentindo aquela dorzinha e a vontade de ver ele de novo.Yara não sabia, mas estava se apaixonando pelo seu primeiro macho, estava sentindo o que as desavergonhadas da rua, nos dias de missa, chamam de tesão. Aquilo lá era coisa pra mulher sentir? Não, Yara não podia aceitar que sentia o mesmo que gatas, cadelas, cabras e vacas sentiam na hora de enxertar. Ela não era bicho!Mas a presença de Juca sempre mostrava a Yara o quanto selvagem pode ser o desejo da mulher quando quer homem, muito mais que vaca, porca, éguas e outras do reino animal feminino. E a selvageria doma a mulher no cio, ela nunca se domina quando o seu homem já sentiu o cheiro da fêmea desejosa de carne masculina. E Juca sentiu o cheiro de Yara...

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Yara da Vida: Ela é mulher da vida?!?!

Yara da Vida: Ela é mulher da vida?!?!: Falar que uma mulher é da vida tem sua ambiguidade...Yara é a prova disso. Mulher forte como ela foi e é, mulher que deu tantos prazeres às...

terça-feira, 10 de abril de 2012

Ela é mulher da vida?!?!

Falar que uma mulher é da vida tem sua ambiguidade...Yara é a prova disso. Mulher forte como ela foi e é, mulher que deu tantos prazeres às carnes masculinas e, dizem, levou à loucura algumas femininas, ganhou trocados e fortunas com isso, perdeu uma parte, lhe foi roubada outra e continuou tão forte que assustou a políticos, banqueiros, juízas e ladrões de galinha. A vida lhe fez forte, rude, braba que nem jararaca choca ou onça na seca, mas foi doce, terna e meiga com os poucos que tiveram seus carinhos desinteressados. Não digo que a vida não tenha permitido a Yara de amar... ela amou até, só que foi por isso que ela se tornou a Yara que é. Vingativa.
Chamar a essa mulher de puta é cometer um dos grandes sacrilégios da humanidade, é querer ser capado, é ter que ouvir tantos xingamentos, desaforos e ainda ter o nome jogado na rua que nem cachorro descerá a tão pouca categoria.
Mas é por essas e outras que aqui lhes passo a contar a história de Yara que foi puta, amou na vida, foi amiga de uns e assombração para outros. Sua narrativa é picante porque picante foi sua cama e sua língua.